Psicóloga Regiane Campos. Suicídio e Depressão: Como ajudar quem amo nesta situação? 6z7356
Você sabia que uma tristeza sem fim pode ser sinal de depressão? E que em níveis mais sérios a depressão pode gerar pensamentos suicidas?
Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensou seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso.
A boa notícia é que em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.
Falar sobre o assunto nem sempre é fácil, mas com certeza pode fazer a diferença para quem está vivendo esta “triste situação”, seja a pessoa doente ou sua família.
Tristeza, emoção dolorosa de viver
Quando ela aparece dá até vontade de ar despercebido pelas pessoas e situações. A tristeza geralmente surge quando tivemos uma perda seja de alguém, de um emprego, de um amor enfim; de algo que era muito importante para nós.
Você sabia que o período médio de um processo de tristeza gira em torno de 2 meses. Depois deste tempo a pessoa vai retomando sua vida aos poucos.
Embora, se você se lembrar de uma situação triste que viveu, a sensação que possivelmente teve foi que ela nunca iria acabar, pois tristeza mobiliza dor e sofrimento.
Mas e quando ela não a? Quando começa a ir e vir ou quando surgem outros sentimentos como: indiferença, falta de perspectiva ou desesperança?
Aí é hora de se atentar para que a tristeza não se torne uma depressão.
Como identifico quando é Tristeza e quando é Depressão?
Costumo dizer que a dor das duas é a mesma. O que muda é que na tristeza se consegue identificar “o motivo da dor”, isto é: Estou triste pois uma pessoa morreu, um casamento acabou já na Depressão “tudo entristece.”
Outro ponto é: “A pessoa se senti mais ou menos triste do que estava há 2 meses atrás? Isto tem a ver com a intensidade e a quantidade de vezes que “se senti triste”.
E por último, a pessoa triste consegue lembrar-se de momentos felizes, de emoções positivas que viveu e também consegue ter a esperança de voltar a viver, mesmo que de formas diferentes ou só vê o lado negativo das coisas?
Alguns sintomas da depressão são percebidos no corpo como: insônia, despertar precoce, sonolência, falta ou aumento de apetite, dores em todo o corpo, falta de libido ou de disposição para fazer as atividades que gosta e até compromissos (como por exemplo: não conseguir ir trabalhar), cansaço, falta de energia (pessoas com depressão costumam dizer que seu corpo fica mais pesado).
Vamos falar sobre Suicídio?
Você sabia que 90% dos suicídios podem ser prevenidos? Normalmente, são vários e não apenas um motivo que podem levar alguém ao suicídio. A pessoa tem necessidade de aliviar pressões como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso ou humilhação.
É muito importante saber que a pessoa não quer morrer; o que ela deseja é se libertar dos problemas que a atormentam e por não encontrar alternativas comete o ato de tirar sua vida.
Como ajudar a pessoa que pensa no Suicídio?
Conhecer o tema é uma maneira de ajudar alguém que a por este momento ruim.
O Ministério da Saúde oferece cartilha com dicas do que fazer – e o que “não fazer” – diante de uma pessoa em depressão ou sob risco de suicídio.
O link para dela é:
https://www.setembroamarelo.org.br/wp-content/s/2020/08/af_cvv_cartilha-suicidio_a4-2020.pdf
O que fazer diante de uma pessoa com risco de suicídio?
1- Ofereça ajuda, Ouça mais e fale menos
Precisamos perder o medo de se aproximar das pessoas que estão precisando de ajuda.
A pessoa nesta situação se sente sozinha e isolada. Se ela percebe que um “ombro amigo” está disponível para ouvi-la sem julgamentos, críticas ou conselhos, ela poderá sentir confiança para falar. Isso certamente fará toda a diferença.
Outra questão que muitos têm receio do que se deve falar nestes casos. Esta não deve ser a preocupação; pense apenas em ouvir e respeitar a maneira de pensar do outro.
2- Previna
Se a pessoa com quem você está preocupado (a) vive com você, assegure-se de que ele (a) não tenha o a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
3- Mantenha contato
Acompanhe como a pessoa está ando e o que está fazendo. Informe a um familiar sobre a situação.
4-Incentive e acompanhe a uma consulta
O profissional da saúde é preparado para auxiliar a pessoa com depressão ou pensamentos suicidas a encontrar alternativas para lidar com seu problema.
O psicólogo é capacitado para receber e ouvir a pessoa doente sem julgamentos ou preconceitos, ajudando a pensar sobre seus sentimentos, pensamentos e comportamentos; além de orientar se é necessária a utilização de remédios que auxiliarão no reaparecimento do bem estar.
Onde buscar ajuda?
Nos Serviços de saúde CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
Por meio do telefone 188, o CVV – Centro de Valorização da Vida, oferece apoio emocional a pessoas que querem e precisam conversar, sob sigilo absoluto. As ligações são gratuitas em todo o Brasil e podem ser feitas em qualquer horário, todos os dias. O CVV oferece também ajuda por chat, e-mail e pessoalmente.
Em caso de Emergência o SAMU por meio do telefone 192, UPA, Pronto Socorro e Hospitais.
Tão importante quanto saber o que fazer é saber o que NÃO DIZER, para não piorar a situação. Fique atento para não repetir os conselhos abaixo, pois eles só prejudicam quem já está fragilizado:
1. Não Condene
Frases como: “Isso é covardia ” ,“É loucura” ou “É fraqueza”. Só deixa a pessoa pior, pois ela “nos seus pensamentos” possivelmente se auto condenou e não conseguiu dar uma solução para seus problemas.
2. Não banalize
Perguntas e afirmações como: “É por isso que você quer morrer?” “ Já ei por coisas bem piores e não me matei.” Não ajudam em nada.
A dor do outro sempre é menor para mim, por isso diminuí-la é fácil. Lembre-se de ser empático: ouça mais e fale menos.
3. Não opine
Opinião muitas vezes tem a ver com julgamento e frases do tipo: “Você quer chamar a atenção”, “Isso é falta Deus ou é falta de vergonha na cara” podem colocar a pessoa mais no fundo do que já está.
4. Não dê sermão
Cruzar com a tristeza nem sempre é uma escolha, pois a vida tem seus momentos de insatisfação que geralmente acontecem, quando temos adversidades, nos deparamos com nossa fragilidade, somos frustrados (pois é comum criar expectativas sobre coisas e pessoas), recebemos um “não” da vida ou perdemos o controle de algo.
Por isso frases como: “Tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em frente.” Não a ajudarão a lidar com a profunda insatisfação sentida pela pessoa.
5. Evite frases de incentivo
Pessoas geralmente não deixam de fazer o que é bom “por preguiça, maldade ou pouca vontade.” Elas não fazem, pois não sabem “como fazer” ou estão em um grau tão baixo de energia que não conseguem. Por isso deixe de lado frases como: “Levanta a cabeça, deixa disso.”, “Pense positivo.” Ou “A vida é boa”.
Renascer: Uma possibilidade e um direito de todos
A depressão tem jeito sim e com o tratamento adequado a pessoa triste começa a desenvolver habilidades que a ajudarão a caminhar, pois, mesmo quando tudo está triste dentro da gente, lá fora a vida continua.
Não é simples, mas há possibilidades e um tratamento integrado com a família ou com as pessoas que apoiam a pessoa triste, pode haver novos caminhos .
* Regiane Campos – CRP 06/ 58579 – Psicóloga Clínica e Consultora Executiva escreve para o Jornal Cotia Agora mensalmente. É certificada pelo Conselho Federal de Psicologia para realizar atendimentos online.
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