SUS vai substituir papanicolau por exame mais eficaz contra câncer de colo uterino 1w366o
O teste citopatológico para a detecção do HPV, popularmente conhecido como papanicolau, será gradualmente substituído, no SUS – Sistema Único de Saúde, pelo exame molecular de DNA-HPV. O teste molecular é recomendado como exame primário para detecção do HPV pela OMS – Organização Mundial da Saúde por ser mais eficaz na redução de casos de câncer e óbitos.
A coleta pode ser feita por enfermeiros capacitados, como já acontece com o papanicolau na Atenção Primária à Saúde (APS). “A forma de coletar é muito parecida com a colpocitologia oncótica, o papanicolau. O material é um pouquinho diferente, com treinamento básico o enfermeiro pode coletar o exame”, explica a enfermeira Gabriela Giacomini, da CTESM/Cofen – Câmara Técnica de Enfermagem e Saúde da Mulher.
A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, apresentadas pelo Inca – Instituto Nacional do Câncer. As novas diretrizes incluem orientações para a autocoleta do material para teste em populações de difícil o ou culturalmente avessas ao exame feito por profissional de saúde. As orientações já foram aprovadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e pela Conitec – Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.
Com a mudança, tempo de intervalo entre as coletas, quando não houver diagnóstico do vírus, ará a ser de cinco anos. Já a faixa-etária para o exame de rastreio, quando não houver sintomas ou suspeita de infecção, permanece a mesma: de 25 a 49 anos.
O teste molecular permite identificar o subtipo do vírus, caso o resultado seja positivo. A identificação é importante, pois alguns subtipos estão associados a maior risco. Se foi detectado um tipo oncogênico, como o 16 e o 18, que são responsáveis por 70% das lesões precursoras de câncer, a mulher vai ser encaminhada diretamente à colposcopia. Se a colposcopia identificar uma doença cervical, vai seguir para condutas específicas.
Fonte: Ascom/Cofen – Clara Fagundes