Coluna da Nutri Luisa Helena. Estresse e alimentação: como o corpo responde? i4x1k
Em tempos de rotina acelerada, cobranças constantes e pouco descanso, o estresse tem se tornado um velho conhecido de muitas pessoas. O que poucos percebem é que ele não afeta apenas a mente — o corpo também sente, e a alimentação é diretamente impactada. Quando estamos sob estresse, nosso organismo ativa uma resposta fisiológica chamada “luta ou fuga”. Esse mecanismo, essencial para a sobrevivência em situações de perigo, libera hormônios como adrenalina e cortisol.
O problema é que, no dia a dia, esse sistema é acionado repetidamente por fatores como trânsito, prazos, excesso de trabalho e preocupações pessoais. E o corpo responde como se estivesse constantemente em risco.O aumento do cortisol pode levar a um apetite maior, especialmente por alimentos ricos em açúcar, gordura e sal — os chamados “comfort foods”. É uma tentativa do corpo de buscar prazer e aliviar a tensão. Porém, isso muitas vezes resulta em episódios de compulsão ou em um padrão alimentar desregulado, contribuindo para o ganho de peso e o aumento do risco de doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão.
Por outro lado, algumas pessoas podem apresentar o efeito oposto: a perda de apetite. Isso também é uma resposta ao estresse, que desvia energia dos processos digestivos para outras funções consideradas mais urgentes naquele momento. Além de afetar o apetite, o estresse prejudica o funcionamento do sistema digestivo. Sintomas como azia, má digestão, intestino preso ou solto são queixas comuns em pessoas que vivem sob constante tensão. O corpo simplesmente não prioriza a digestão quando está em estado de alerta.
Buscar estratégias para gerenciar o estresse — como atividade física, meditação, sono adequado e apoio psicológico — é fundamental. Além disso, cultivar uma relação mais consciente com a comida pode ajudar. Comer com atenção, respeitando os sinais de fome e saciedade, pode ser uma forma de retomar o controle e cuidar da saúde em todos os aspectos.
A alimentação não deve ser vista apenas como uma fonte de nutrientes, mas também como um pilar do bem-estar emocional. Entender como o corpo responde ao estresse é o primeiro o para escolhas mais equilibradas — no prato e na vida.
Vamos juntos buscar a sua melhor versão sem terrorismo nutricional?
*Luisa Helena é nutricionista e escreve quinzenalmente no Jornal Cotia Agora
Instagram: @luisahelena.nutri – Para agendar a sua consulta: Whatsapp 9-4477-6716